sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Italians do it better ?!?



Se estiver na casa acima dos trintas concerteza que se recorda com alguma nostalgia do tempo em que era difícil vislumbrar na TV portuguesa um filme com um pouco mais de pele feminina a descoberto, e mesmo quase impossível ver situações de nudez completa e acções de sexo, mesmo que rápidas e dissimuladas.

Era preciso esperar pelas altas horas da noite, na programação da madrugada (que ridicularmente a maioria pensava que ninguem via) para se ter o prazer de ver um conteúdo mais picante, ou então rezar para que as célebres TV´s piratas conseguissem emitir e apresentassem aqueles concursos com uns strips á mistura (quem não se lembra do célebre Tutti Frutti ?) ou mesmo os filmes eróticos que a tradicional RTP nunca ousaria exibir, e muito menos depois do escandalo do Império dos Sentidos.   

Eram tempos em que a pornografia ainda era vista como algo pecaminoso e proibido e em que mesmo o erotismo chegava ao ponto de ser assumido como pornografia.
Os escassos exemplos de conteúdo erótico da altura começaram a surgir de uma forma quase amedrontada e sempre invariavelmente sustentados (e justificando dessa forma a presença do nú) ou como algo artístico ou como comédia, a chamada “comédia sexy italiana” de que são exemplo os inesquecíveis filmes do pequeno, pencudo e rechonchudo Alvaro Vitali.

Em ambos os casos, arte ou comédia, a origem é a mesma…Itália ! Em nenhum outro país foi possível observar um movimento pro-erotismo no cinema como aquele que foi desenvolvido em Itália nos anos 70 e 80. Movimento esse que teve como expoentes máximos Tinto Brass ou Joe D`Amato.

Tinto Brass, neto de um famoso artista italiano, trabalhou e aprendeu com os grandes mestres do cinema italiano Fellini e Rossellini, e quando enveredou pela sua carreira de realizador foi o pimeiro a juntar a nudez e o erotismo á premiada arte cinematográfica italiana.
A sua obra e filmes como Salon Kitty ou Paprika são ainda hoje considerados os expoentes máximos do cinema erótico. A sua mais famosa obra é no entanto a mais polémica, Caligula. Uma produção milionária da Penthouse que juntou um grande elenco e cenas de sexo explícito. Foi um sucesso de bilheteira mas uma desilusão para Tinto Brass, que nunca concordou com a inclusão de cenas de sexo explícito no filme exigida por Bob Guccione, o patrão da Penthouse.
Tinto Brass sempre quis separar as águas entre erotismo e pornografia dizendo mesmo que “A pornografia existe para te dar uma erecção, o erotismo existe para te dar emoção”

Já Joe D`Amato enveredou por um caminho diferente, depois de começar como assistente de fotografia, de camara e de realização iniciou-se na realização a solo em filmes de baixo custo e de terror até entrar no cinema erótico com alguns filmes da saga Emanuelle.
Dos vários realizadores da saga, os filmes Emanuelle realizados por Joe D`Amato foram exactamente aqueles mais explicitos, como Emanuelle na America.
O ponto de partida para que Joe envereda-se mais tarde para o passo seguinte e final, a entrada na realização de filmes pornográficos, tornando-se um dos nomes mais conhecidos da Indústria.

Estava criada a base para o surgimento de uma vaga de produções pornográficas de origem italiana e para o surgimento de realizadores como Mario Salieri, Andy Casanova, Max Bellochio, Silvio Bandinelli ou António Adamo que dominaram o mercado nos anos 80 e 90.
Em comum, um estilo muito próprio, que mistura sexo com história, com planos e enquadramentos longos e de camara fixa e com as belas mulheres italianas, que conquistou adeptos e que ainda hoje é a característica diferenciadora dos filmes para adultos made in Italy.

Texto publicado na edição de Fev 14 da revista Frontal Mag

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O triunfo das Milfs !



Desde sempre a indústria de filmes para adultos teve como um dos seus principais argumentos de venda os filmes com novas actrizes. Quem filmava, e sobretudo quem comprava, procurava sempre novas mulheres desconhecidas na indústria a fazerem as suas primeiras cenas, o termo “virgin of the screen” sempre foi o principal chamativo para o sucesso de um novo titulo.

Era habitual até referir-se que as actrizes do cinema pornográfico, ao contrário dos actores, tinham uma carreira muito curta, em média de apenas um ou dois anos ou até nalguns casos poucos meses. Exactamente porque após participarem nos primeiros filmes, a sua imagem ficava desgastada e o factor novidade perdia-se rapidamente pois eram ultrapassadas por um sem número de novas actrizes que entretanto surgiam. 

A evolução da distribuição de conteúdos pornográficos para a internet levou a um aumento exponencial dos conteúdos filmados e sobretudo, levou á criação de um sem número de diferentes nichos e temáticas.
Uma das mais bem sucedidas e apreciadas foi a temática Milfs (Mothers I`d Like To Fuck) que na essência apresenta cenas e filmes onde as estrelas são mulheres maduras, normalmente acima dos 30, com uma imagem de mulher casada e mãe de filhos.

Mais do que uma nova tendência que surgiu como tantas outras, os filmes com Milfs e o sucesso que rapidamente conquistaram junto dos consumidores, permitiu contrariar a tendência que antes existia e assim alargar o periodo de tempo em que uma actriz pornográfica podia permanecer na indústria.
Julia Ann, Nina Hartley, Lisa Ann, Tifanny Mynx ou Debi Diamond são algumas actrizes que se iniciaram na indústria nos anos 80 e 90 e que ainda hoje continuam.

Inclusivé levou até que algumas ex-actrizes entretanto afastadas da filmagens durante anos ou mesmo décadas, voltassem a actuar, como foram os casos de Raylene, JR Carrington ou mesmo das grandes estrelas dos anos 80 Amber Lynn e Ginger Lynn.

E conduziu finalmente ainda uma outra e importancia mudança: a idade em que novas actrizes passaram a entrar na pornográfica. Se antes para se tornar uma actriz pornográfica e ser contratada pelas grandes produtoras o factor idade era fundamental e se “exigia” mulheres de vinte e poucos anos, ou mesmo menos (recorde-se o tal falado caso de Tracey Lords que se veio a descobrir ter começado a filmar com 15 anos), hoje alguns dos grandes nomes da indústria e que estão na primeira linha das grandes produções e sites como Gina Lynn, Devon Lee, Diamond Fox, Veronica Avluv, Shy Fox ou Brandi Love, apenas começaram a filmar já bem acima dos 30 e, nalguns casos, até  mesmo com mais de 40 anos.



Texto publicado na edição de Jan 14 da revista Frontal Mag

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Salada Russa





As mulheres dos países de Leste sempre foram conhecidas pela sua beleza. Louras ou morenas, juntam corpos altos e esbeltos a feições perfeitas e olhos claros.

Possuem os atributos perfeitos para serem as estrelas de conteúdos para adultos mas a entrada nessa indústria esteve-lhes vedada durante muitos anos. Só após a queda do Muro de Berlin e a abertura das fronteiras ao mundo dos vários países que viveram décadas sob o dominio do Comunismo Soviético a indústria de conteúdos para adultos pode passar a incluir nas suas produções as modelos de leste.

A década de 90 trouxe assim uma nova vaga de novas caras á indústria e mais do que isso, permitiu ás produtoras europeias, terem ao seu dispôr belezas e novas estrelas que lhes permitiram rivalizar com as produtoras americanas.
Hoje, actrizes oriundas da República Checa, da Hungria, Roménia, Ucrânia e Rússia constituiem a grande maioria das grandes estrelas da pornografia Europeia.

Tania Russof foi uma dessas primeiras grandes figuras de leste que despontou na indústria após a queda do Comunismo.
Nascida a 6 de Julho de 1974 em Riga, na Letónia, um dos países que faziam parte da União Soviética, Tania passou toda a sua infância e juventude num país onde a sua extraordinária beleza estava escondida do mundo.

Com o fim da Guerra Fria a Letónia tornou-se um pais independente e Tania uma mulher que agora podia expressar ao máximo a sua beleza aliada a uma desinibição sexual sempre característica das mulheres de Leste.

Foi em 1994, com apenas 20 anos, que foi descoberta pela produtora Private e que começou a sua carreira. E começou em grande, demonstrando toda a sua desinibição e apetite sexual numa cena com dois homens e uma dupla penetração no filme “Private Video Magazine 17”. A cena marcou o início de uma carreira fulgurante de uma jovem morena de olhos azuis que aliava a sua estonteante beleza a um desempenho sexual em frente das camaras fora do normal.

Nos quatro anos seguintes, Tania foi a estrela de mais de duas dezenas de filmes da Private, destacando-se as séries “Gigolo”, “Pyramid” e “Tatiana” e tornou-se não só a actriz fetiche do realizador Pierre Woodman mas também sua mulher.

Poucos anos depois divorciaram-se e Tania deixou a pornografia em 1998, deixando um legado de cenas tórridas, de alguns dos momentos mais marcantes da pornografia europeia e a lembrança de uma das mais desejadas e belas mulheres da história da indústria.

Tania abriu caminho para que hoje muitas das mulheres originárias dos paises da antiga União Soviética figurem em centenas de produções para adultos.


Texto publicado na edição de Dez 13 da revista Frontal Mag

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Phoenix Marie – A Devoradora de Homens




Esta louraça cheia de curvas é o exemplo perfeito de que a internet é o melhor caminho para chegar ao estrelato na indústria pornográfica.

Melissa Marie Hutchison (o seu nome de baptismo) nasceu em Golden Valley, no Arizona, a 21 de Setembro de 1981, tem portanto…32 anos… bem distribuidos por um corpo curvílineo e uns impressionantes 1.75m de altura.
De ascendencia alemã e escocesa, Phoenix assume (como quase todas as estrelas do porno) que na sua juventude era uma rapariga simples, envergonhada, pouco social,  sexualmente pouco activa e sem muitos namorados…estranho !!!

Foi só em 2006, quando tinha 25 anos que Phoenix entrou na indústria para adultos. Numa saida nocturna com uma grupo de amigas em Los Angeles, foi abordada pelo porteiro de uma discoteca que, surpreendido pela sua estampa fisica e familiar de um agente da indústria, lhe sugeriu tentar a sua sorte nessa area.

Rapidamente começou a fazer algumas cenas para sites de internet, nomeadamente para Bangbros e Reality Kings, sites conhecidos pelas suas cenas com actrizes amadoras ou em início de carreira, mas não demorou muito para que os seus atributos, quer físicos quer em cena, chamassem a atenção das grandes produtoras e a partir de 2008 começou a ser a estrela dos principais filmes e a ser nomeada para prémios da indústria.

E ao falarmos de atributos físicos, salta á vista a sua altura, os seus proeminentes peitos (cirurgicamente aumentados pouco depois de começar a filmar) e sobretudo o seu impressionante traseiro, que mede em toda a sua largura uns redondos… 106 cms.
Mais do que um grande traseiro, Phoenix é conhecida por o saber usar como ninguém e é uma das melhores performers em cenas anal, o que lhe granjeou uma enorme legião de fans e até um prémio AVN em 2011 pela melhor cena anal do ano.
Aliás ela própria se descreve sem qualquer problema como "a big fucking dork that loves anal"

Phoenix Marie já participou em centenas de filmes e é hoje uma das maiores estrelas da indústria, pelo seu corpo, pelo seu desempenho mas principalmente pela sua atitude em relação ao sexo em frente ás camaras, sem qualquer tipo de complexo ou tabus. Ela própria refere que talvez tenha encontrado na pornografia o espaço e a oportunidade para cumprir todos os seus desejos e sexualidade reprimida durante a sua adolescência de menina timida.


Texto publicado na edição de Nov 13 da revista Frontal Mag

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Reality Kings – O porno do século XXI





Nos anos 80 e 90 a pornografia era um produto exclusivo dos estúdios e das grandes produtoras. Com maior ou menor qualidade no produto final, para fazer um filme para adultos era sempre necessário dispôr dos meios técnicos para o filmar e, para o vender, de ter garantidos os acordos de distribuição para o fazer chegar ao consumidor, fosse por via de clubes de video, lojas ou canais de televisão.

Na viragem do século tudo mudou, com a compra fácil e barata  de camaras de filmar digitais e com o acesso massificado à internet, abriu-se a caixa Pandora da pornografia. A partir desse momento qualquer um podia filmar um video pornográfico e facilmente colocá-lo disponível na internet e acessível a todos.
A pornografia, também devido ao seu interesse e menores exigências de produção e de guião, massificou-se, facilitou-se e deixou espaço apenas para a oportunidade e para a criatividade.

Em 2000 dois colegas de faculdade decidiram criar um site onde iam colocando cenas de sexo que filmavam de uma forma quase amadora. Chamava-se Cumfiesta e tinha uma lógica simples: uma casa, uma menina a bater á porta, um pequeno diálogo e uma cena de sexo.
O conceito, que assentava na simplicidade da produção, em actrizes desconhecidas na onda “girl next door” e sobretudo em transpôr para a cena situações reais que podiam acontecer a qualquer um e que assim “aproximavam” o consumidor do sonho pornográfico, revelou-se um sucesso.
Depois do Cumfiesta foram criando outros conceitos agregados todos numa rede de micro-sites a que chamaram Reality Kings vendido através de uma subscrição mensal, automáticamente renovável, que dava ao consumidor acesso a todos os micro-sites e a cenas novas todos os dias.

O “reality porn” tinha chegado e vencido, com custos de produção baixos, com um conteúdo inovador, com novas cenas todos os dias, a lançar novas estrelas, com um formato claramente adaptado á internet e com vantajosas parcerias com os tubes, rapidamente sites como o Reality Kings, Bangbros ou Brazzers não só ameaçaram as grandes e históricas produtoras como tomaram conta literalmente do negócio, dominam a indústria e aquiriram mesmo as grandes produtoras.
  
Texto publicado na edição de Out 13 da revista Frontal Mag