quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Reality Kings – O porno do século XXI





Nos anos 80 e 90 a pornografia era um produto exclusivo dos estúdios e das grandes produtoras. Com maior ou menor qualidade no produto final, para fazer um filme para adultos era sempre necessário dispôr dos meios técnicos para o filmar e, para o vender, de ter garantidos os acordos de distribuição para o fazer chegar ao consumidor, fosse por via de clubes de video, lojas ou canais de televisão.

Na viragem do século tudo mudou, com a compra fácil e barata  de camaras de filmar digitais e com o acesso massificado à internet, abriu-se a caixa Pandora da pornografia. A partir desse momento qualquer um podia filmar um video pornográfico e facilmente colocá-lo disponível na internet e acessível a todos.
A pornografia, também devido ao seu interesse e menores exigências de produção e de guião, massificou-se, facilitou-se e deixou espaço apenas para a oportunidade e para a criatividade.

Em 2000 dois colegas de faculdade decidiram criar um site onde iam colocando cenas de sexo que filmavam de uma forma quase amadora. Chamava-se Cumfiesta e tinha uma lógica simples: uma casa, uma menina a bater á porta, um pequeno diálogo e uma cena de sexo.
O conceito, que assentava na simplicidade da produção, em actrizes desconhecidas na onda “girl next door” e sobretudo em transpôr para a cena situações reais que podiam acontecer a qualquer um e que assim “aproximavam” o consumidor do sonho pornográfico, revelou-se um sucesso.
Depois do Cumfiesta foram criando outros conceitos agregados todos numa rede de micro-sites a que chamaram Reality Kings vendido através de uma subscrição mensal, automáticamente renovável, que dava ao consumidor acesso a todos os micro-sites e a cenas novas todos os dias.

O “reality porn” tinha chegado e vencido, com custos de produção baixos, com um conteúdo inovador, com novas cenas todos os dias, a lançar novas estrelas, com um formato claramente adaptado á internet e com vantajosas parcerias com os tubes, rapidamente sites como o Reality Kings, Bangbros ou Brazzers não só ameaçaram as grandes e históricas produtoras como tomaram conta literalmente do negócio, dominam a indústria e aquiriram mesmo as grandes produtoras.
  
Texto publicado na edição de Out 13 da revista Frontal Mag

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